domingo, 26 de setembro de 2010

O que você está vendo mesmo?




     Uma exposição de alta qualidade, que merece ser visitada, está sendo realizada no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. Fabio Giorgi apresenta O que se olha, mas não se vê”, com 29 fotografias em preto e branco.

     Nesta sua quarta exposição (uma delas, Postes, Muros e Tapumes”, noticiada aqui - Fotografia em vários cantos da cidade ), Fabio reúne imagens que já vinha fazendo há algum tempo. "Era uma ideia antiga, quando surgiu a oportunidade só precisei fazer mais umas cinco ou seis fotos, a maior parte do conjunto já estava feita“. É um caso de processo criativo consistente e evolutivo, uma ideia que vai sendo experimentada e apurada com o tempo. Pode-se perceber de fato não apenas um olhar especialmente direcionado, mas também uma coerência com trabalhos anteriores.

    As fotos abordam objetos, utensílios, ferramentas, instrumentos, máquinas, etc., quase todos muito presentes no dia a dia, mas ora em detalhes, ora em arranjos ou enquadramentos que sugerem, direcionam, condicionam, ou mesmo enganam o olhar. Fabio, que pretende justamente chamar a atenção para aquilo que escapa ao olhar diário, revelando a beleza existente em objetos corriqueiros, tem recebido retornos de visitantes que dizem ter visto lâmpadas em lugar de cabides, etc.

     Assim, colheres em original disposição podem à primeira vista parecer folhas de plantas, uma válvula de panela de pressão pode lembrar um robô ou um elmo de armadura medieval. É possível que se saia da exposição sem certeza sobre tudo o que se viu. De certo modo, este trabalho vem na tradição do trompe l'oeil, cujo objetivo é alterar a percepção de quem vê a obra.

     Entre talheres, pneus, cadernos, um fantástico saca-rolhas, a visita é muito agradável e mesmo divertida, com surpresas a cada imagem. Algumas são praticamente abstratas, como papeis em uma prateleira ou possiveis livros. Outras exploram contrastes, outras ainda cromados e reflexos, como parafusos em um instrumento. Há as que transmitem dureza, como a de um rolo compactador pé de carneiro, ao mesmo tempo registrando ótimas formas geométricas. Há grafismos. E vamos encontrar formas facilmente reconhecíveis, mas muito bem exploradas, como um ótimo apito de chaleira, ou um simples bico de bule, mas entre os resultados de maior beleza.





     As imagens, todas sem título, em tamanhos de 30 x 40 e de 25  x 38 cm, estão disponíveis para aquisição. Fabio restringe a tiragem de cada uma a dez cópias, impressas em papel fotográfico. É uma excelente oportunidade de obter uma obra fotográfica de qualdade em uma faixa de valores muito acessível.

     Agora, mais perto do final da exposição, as imagens podem também ser encontradas, em parte, no Ex Lumen. Considero a visita à exposição no CCBM insuperável, assim como ir ao cinema é melhor que ver em vídeo. Além disso, os visitantes que pretenderem adquirir imagens terão um benefício extra (que, no espírito de surpreender da mostra, também não direi qual é).

     Conversamos um pouco com Fabio a propósito da exposição e este registro está na notícia imediatamente anterior.


O fotógrafo


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No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 17 de setembro a 7 de outubro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052

Conversa com Fabio Giorgi


     Fábio é um profissional, e por completa opção, visto que deixou seu campo original do Direito pela Fotografia. Além de fotografar, mantém dois blogs. No EX LUMEN (por sinal, nome muitíssimo bem achado), além de pequenas notícias, como fotos da montagem da exposição, principalmente apresenta seu trabalho, disponibilizado para aquisição. No outro, Alternativa Fotográfica, desenvolve um trabalho de apuro técnico abordando campos bem específicos, processos fotográficos históricos e alternativos. Ali se fala de de daguerreótipos, cianotipia, Talbot, colódio e outros tantos termos do universo da história da foptografia. Boa fonte técnica e excelente leitura.

     Conversamos rapidamente com Fabio a propósito da sua exposição no CCBM (ver notícia seguinte).

     Fabio, como você veio parar em Juiz de Fora?

     Vim em 1997 para trabalhar como advogado na MRS. A partir de 2006, passei a me dedicar exclusivamente à fotografia.


     Fale da experiência com os dois blogs.

     Naturalmente, não são blogs voltados a Juiz de Fora. O Ex Lumen é voltado principalmente a São Paulo e Rio de Janeiro, cidades onde há mercado e demanda por trabalhos fotográficos. O Alternativa Fotográfica tem alcance mais amplo. Sendo mais técnico, tenho recebido consultas, como, por exemplo, a de um estudante de uma unversidade do sul do país. Os blogs e seus assuntos estão se sofisticando com o passar do tempo, desde o início. A quantidade de visitantes também foi crescendo mês a mês e já atingimos mil visitas mensais, o que vem se mantendo regularmente. Como disse no Ex Lumen, é uma questão de trabalho e paciência, ainda com retorno financeiro limitado, mas com grande retorno em termos de satisfação. 

     E o meio fotográfico de JF?

     Agora estou tendo mais contato com o pessoal de JF. Por exemplo, com a Nina Mello e seu Espaço Experimental, onde dei uma oficina.

     E o seu trabalho nos tempos digitais atuais?

      Pela natureza do meu próprio trabalho com processos fotográficos históricos, critico bastante quem fotografa sem maiores cuidados. Alguns alunos, por exemplo, que dizem "depois resolvo no Photoshop". Contesto: "Você vai fazer uma foto ruim para depois ter que melhorar com Photoshop?" Minha filha nasceu já na fotografia digital, mas vou orientando, "varie a abertura, use outra velocidade, use a cãmara como se fosse uma ferramenta".


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Um novo olhar sobre a cidade" - Funalfa divulga vencedores do concurso

      O 1º Concurso Municipal de Fotografia Digital, promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora como parte das comemorações dos 160 anos da cidade, e voltado a estudantes do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio, terminou com o julgamento das fotos inscritas e a Funalfa divulgou ontem o resultado.

      Cael Barbosa Gracie Côrte Imperial foi classificado em 1° lugar.


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Pombos contra o céu na Praça da Estação, 
importante conjunto, tanto histórica quanto arquitetônicamente
A foto reúne registro tanto do patrimônio quanto de natureza e ação.

Os outros premiados:

2º lugar - Guilherme Jacob de Oliveira




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Avenida Rio Branco de ponto de vista alto. 
Destaque para o Edifício Clube Juiz de Fora,
projeto de Oscar Niemeyer, aparecendo também 
o histórico Edifício Ciampi. A luz da hora e o céu
dão tons especialmente interessantes.



3º lugar - Thays de Paula da Silva
 

 

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A clássica imagem da antiga Prefeitura (de 1918), 
com o típico movimento na esquina mais tradicional de JF. 
O horário da tomada possibilitou o registro da iluminação 
do prédio e do céu carregado ainda visível.



4º lugar - Mateus de Mattos Sales




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A indispensável P&B captura detalhes da arquitetura
da antiga estação da EFCB, fazendo bom uso de
linhas convergentes - clássico em se tratando de trilhos, 
mas também radicaliza em boa composição.



5º lugar - Marcelly Lopes Acorone de Abreu




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Novamente a Praça da Estação e o patrimônio histórico. 
Aqui, a interessantíssima cúpula de prédio de antigo hotel. 
Como muitas edificações da época,
como a própria Prefeitura, o projeto é de Rafael Arcuri, 
da antiga Companhia Construtora Pantaleone Arcuri.



      A Comissão Julgadora concedeu também menção honrosa para trabalhos de Gabriel de Oliveira Domingues de Souza, Pedro Santiago Pereira Zanelatto Carneiro, Simone de Albuquerque Souza Martins, Luiza Bastos Freesz, Verônica Rodrigues Castro, João Vitor dos Santos Moraes, Mateus de Mattos Sales, Cael Barbosa Gracie Côrte Imperial, Guilherme Jacob de Oliveira e Marcelly Lopes Acorone de Abreu.

      O concurso, que teve o objetivo de incentivar crianças e adolescentes a refletirem sobre o patrimônio material e imaterial e o cotidiano da cidade, teve divulgação no JF em Foco. Os prêmios que cada classificado irá receber e outras informações podem ser vistos nesta notícia de 11 de julho:


      As imagens vencedoras e as que receberam menção honrosa vão integrar uma exposição a ser aberta em novembro no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM).

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nova dupla exposição no CCBM


     O ambiente fotográfico segue movimentado e o CCBM promove, em pouco mais de um mês, quatro exposições! Mais duas com abertura programada  para a próxima quinta-feira!

     “O que se olha, mas não se vê, na Galeria Celina Bracher, de Fabio Giorgi, que apresenta, em sua quarta exposição, 29 fotografias de detalhes de objetos do quotidiano.


 
     Já Sorrisos de Almodóvar, na Galeria Heitor de Alencar, do estudante Júnior Mangia, com mais de 20 fotografias, tem como foco a pluralidade dos sorrisos humanos, com referências a personagens do cineasta Pedro Almodóvar.




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No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
Abertura 16 de setembro às 19 (Sorrisos de Almodóvar) e às 20 h (O que se olha, mas não se vê)
De 17 de agosto a 7 de outubro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052

sábado, 4 de setembro de 2010

Converse com Márcia Zoet


     Já noticiamos a exposição "Metrópoles", da fotógrafa Márcia Zoet, (ver JF em Foco: Metrópoles emolduradas por Márcia Zoet) , que segue no Espaço Experimental Nina Mello.

      No próximo dia 10 de setembro
, Márcia Zoet estará de volta a JF, e participará de evento promovido pelo Espaço, às 19h, no Espaço Experimental, um bate-papo sobre sua experiência profissional, seus trabalhos recentes e o mercado de trabalho.


     Boa oportunidade para conhecer uma profissional juizforana que atua em São Paulo e conversar sobre fotografia.

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Espaço Experimental Nina Mello
10 de setembro, 19 h
Exposição de 6 de agosto a 30 de setembro
Visitas: 2ª, 4ª, 5ª e 6ª, de 14h às 18h, ou agendadas por telefone
Centro Comercial São Pedro
Rua José Lourenço Kelmer 1330, sala 103 A - Cidade Universitária
8864-4698 
 

Pinturas e Fotos



 


      Pinturas e Fotos na Galeria Celina Bracher do CCBM, compartilha fotos coloridas e PB da fotógrafa Adriana Miranda Sá Stehling com telas do artista plástico Wesley Aragão de Moraes.

     Adriana sempre gostou de fotografar, mas começou mais recentemente a expor seu trabalho. Esta é sua segunda exposição, a primeira foi no Pró-Música, em abril. Em ambos os casos, Adriana ressalta que concorreu pelos editais de ocupação dos espaços, o que lembra que oportunidades existem mesmo para quem está iniciando.

     Desta vez, Adriana divide a mostra com seu marido. O resultado é interessante. Como trabalham juntos, algumas das imagens - ou da inspiração - são compartilhadas, resultado possivelmente de visitas aos  mesmos lugares. Algumas imagens são coordenadas, e o mesmo tema é abordado tanto em uma foto quanto em uma tela. Como é o caso, por exemplo, de sapatos ao lado de uma porta para uma sacada (que é da Escola de Dança de Silvana Marques, na Praça da Estação).

     Os temas, variados, compreendem naureza, interiores, cozinha, cenas urbanas, personagens, etc. E também locais conhecidos da cidade, como a Praça da Estação, a Associação Comercial e o beco ao lado do Central -  um bom achado.

     Adriana tem uma referência artística importante: seu pai, o artista juizforano Renato Stehling, cujo trabalho pode também ser visto em um dos sites indicado abaixo.

     Tanto as telas quanto as fotos podem ser adquiridas no próprio CCBM.












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Galeria ao lado do Cine Central, local atualmente muito agradável, com restaurantes e mesas ao ar livre, ainda pouco fotografado.




A fotógrafa

Adriana Stehling



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No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 19 de agosto a 12 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052