quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FOTO 11: Inovar é preciso

                           Ricardo Cristofaro



     Ao olhar do JF em Foco, uma das exposições mais interessantes do FOTO11, e certamente a mais complexa e instigante. Do texto de apresentação do curador, Afonso Rodrigues, alguns trechos selecionados falam sobre a exposição.
     
     Hoje inovar é quase palavra de ordem.      ..... determinamos que o viés que geraria a abordagem da curadoria  .....   ficaria centrado nas renovações do olhar fotográfico que acontece em Juiz de Fora. 
     Procurou-se evitar o discurso monocórdio e fugir da tendência, bastante constante nos nossos dias, de se relacionar inovação com os avanços da tecnologia.
     ..... cada um a seu modo, exercitou essa renovação.      ..... é possível perceber que o campo discursivo da fotografia atual vai ao encontro das artes plásticas, do apelo ao movimento, da abordagem cromática, da tensão esportiva, da absorção dos recursos da telefonia móvel, da intervenção digital e da quebra da fronteira que separa o espectador da fotografia, através da interferência deste sobre ela.
     ..... o aspecto que ressalta aos nossos olhos – literalmente – é a conversa interativa de todas as obras entre si, como se reafirmassem que o olhar do homem do século XXI é ao mesmo tempo único e coletivo, exclusivo e multidisciplinar.


     De fato, a mostra resulta muito interessante. Organizar uma coletiva de temática mais complexa e atingir um todo harmônico não é pouco, e é o que foi obtido, com êxito. São 12 fotógrafos, cada qual com seu próprio lado inovador. Falamos ou mostramos um pouco sobre alguns deles.


 Daniel Candian



     Letícia Vitral, por exemplo, na série com que participa, apresenta uma interessantíssima abordagem com que vem olhando a cidade, intitulada "giallo" (amarelo), um estilo cinematográfico italiano, baseado em contos de crime e mistério: " ..... a realidade aqui apresentada é baseada em distorções e ambigüidades onde a relação da memória com a imagem não surge como algo doce e idílico, mas apela para as sombras, para a paranóia e para a incerteza que o passado guarda. .....". Os trabalhos de Letícia que integram a mostra podem ser vistos em uma exposição virtual do JF em Foco (FOTO11 no JF em Foco). 

     Marcelo Viridiano desenvolveu o trabalho Lomosaico”, uma coletânea de imagens capturadas com um telefone celular, que destacamos em outra matéria. 

     Ricardo Cristofaro usa elementos arquitetônicos fotografados para construir imagens de sólidos simétricos. Em uma das mesas-redondas surgiu a recorrente discussão sobre certos trabalhos serem ainda fotografia ou já se inserirem em outra forma de arte. Não importa o partido que se tome. A experiência dos sólidos é atraente se você é fotógrafo, se é artista gráfico, se é arquiteto, ou mesmo nada disso. Agora, se você for professor de Geometria Espacial, aí a coisa é atraentíssima!

     João Lopes faz fantástico resgate de fotos feitas por seu avô nos anos 50 e montadas em cartões para visão com efeito de 3D com uso de esteroscópio.

     Rafael Ski  inova radicalmente, mas, como para contrariar um conceito do curador, inova tecnologicamente. Seu trabalho é interativo, permitindo ao público interagir com a obra por meio de tecnologia. Veja mais em outra matéria.

     Enfim, o que não falta é inovação!
       






      Valéria Faria






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  • Fotógrafos:  Daniel Candian, Gleice Lisbôa, João Lopes, Letícia Vitral, Maíra Vieira, Marcelo Viridiano, Mario Angelo, Rafael Ski, Ricardo Cristofaro, Tainá Novellino e Valéria Faria
  • Curadoria: Afonso Rodrigues

No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052



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