sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FOTO11: Pessoas - parte 1

       Antonio Olavo Matos (Cerezo)


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Wilson Cid, baluarte da imprensa de JF


     Continuamos a cobertura das exposições do FOTO11, agora com a mostra "Pessoas". Para início de conversa, cativante. Pessoas em fotografias são motivo com que facilmente se identifica o observador, pela sua própria natureza humana. Quando se trata de pessoas conhecidas, há ainda toda uma carga emocional que é acrescida. 

     Falar de pessoas também exige sentimento, assim como falar da nossa terra, e Carú Rezende, a curadora da mostra, faz isso muito bem em sua apresentação, de que separamos alguns trechos: 


..... Indivíduos que em si encerram a alma de Juiz de Fora. Ou iniciam. Para colocar um foco de luz em nossa história, oficial e cotidiana, e criar esta exposição, convidamos fotógrafos da cidade e pedimos que cada um escolhesse um personagem que, de alguma forma, representasse a cidade. ..... Afinal, uma cidade não é formada apenas por prédios, praças, taxas de emprego ou estatísticas. Antes de tudo, uma cidade é feita de gente.



..... Várias faces que estavam registradas apenas no imaginário e no sentimento desses artistas, agora em fotografias. Elas, com tantas outras, preenchem a cidade e o coração – nosso, único e particular.



     Lembradas ou não, cada um que passa por aqui deixa sua marca, um traço a mais na história do lugar que moramos. Por isso, Juiz de Fora é também a grande personalidade desta exposição. A cidade se encontra no olhar de cada fotografado, nos seus relatos, no percurso de cada artista e também de cada visitante.

          Humberto Nicoline

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Eu pensava em maneiras de fotografar essa exposição. 
Nicoline resolveu bem, captando a essência do projeto.


      Uma outra característica da exposição é seu projeto. Enquanto todas as demais usam o formato clássico de fotos emolduradas na parede, "Pessoas" se destaca pelos grandes painéis pendentes do teto, com grande ampliações. Os espaços do CCBM chamados "alternativos" são longos corredores, nem sempre fáceis de trabalhar. Assim, a solução, além de explorar muito bem o ambiente disponível, cria um movimento de zigue-zague não preexistente, é criativo e está em sintonia com modelos de exposição mais atuais e ousados - isso tudo com simplicidade. Organizadores, parabéns!

      E tentando reproduzir o projeto aqui no blog, veja na noticia a seguir uma brincadeira com o seu movimento.

     Finalmente, a exposição "Pessoas" me lembrou de uma outra, também organizada pela FUNALFA, "Personagens da Cidade", de que participei, mas isso há uns quase trinta anos.






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  • Fotógrafos:  Aelson Amaral, Aline Bastos, Antonio Olavo Matos (Cerezo), Bruno Moraes, Daniel Candian, Daniella Guedes, Douglas Montes, Fernando Barbosa, Fernando Priamo, Filipe Matias, Gabriel Brisola, Gleice Lisbôa, Humberto Nicoline, Johnny Pio, João Schubert, Júlia Milward, Junior Faria, Júnior Mangia, Lara Lemos, Leonardo Costa, Letícia Vitral, Lodônio de Figueiredo, Marcelo Ribeiro, Marcio Assis, Mariana Quintão, Mario Angelo, Nina Mello, Nina Zamapi, Paulo Rivello, Tainá Novellino, Teca Miranda, Valéria Faria e Yulia Gorodetskaya
  • Curadoria: Carú Rezende
  • Fotos: 34

No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052


FOTO11: Pessoas - parte 2

Gleice Lisbôa


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Inácio, grande figura, mais de 30 anos de convivência e amizade no extinto Faisão Dourado













Humberto Nicoline
 
 
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Antonio Olavo Matos, o Cerezo, uma vida fotojornalística na imprensa de JF













Daniel Candian



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Cláudia Cristina











Teca Miranda







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Juliana de Carvalho e Mila Tavares, na melhor vista da cidade










Bruno Moraes



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Nivea Bracher, no castelo da família










Johnny Pio



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Maria, de todos conhecida da Rua Halfeld e outras












Nina Mello

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Mauro Pianta, o rei da imagem










Nina Zamapi




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Aloisio Pinheiro, na foto com o "Fala, Mangueira!"




















e vá visitar as onze ótimas exposições!



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No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FOTO 11: Inovar é preciso

                           Ricardo Cristofaro



     Ao olhar do JF em Foco, uma das exposições mais interessantes do FOTO11, e certamente a mais complexa e instigante. Do texto de apresentação do curador, Afonso Rodrigues, alguns trechos selecionados falam sobre a exposição.
     
     Hoje inovar é quase palavra de ordem.      ..... determinamos que o viés que geraria a abordagem da curadoria  .....   ficaria centrado nas renovações do olhar fotográfico que acontece em Juiz de Fora. 
     Procurou-se evitar o discurso monocórdio e fugir da tendência, bastante constante nos nossos dias, de se relacionar inovação com os avanços da tecnologia.
     ..... cada um a seu modo, exercitou essa renovação.      ..... é possível perceber que o campo discursivo da fotografia atual vai ao encontro das artes plásticas, do apelo ao movimento, da abordagem cromática, da tensão esportiva, da absorção dos recursos da telefonia móvel, da intervenção digital e da quebra da fronteira que separa o espectador da fotografia, através da interferência deste sobre ela.
     ..... o aspecto que ressalta aos nossos olhos – literalmente – é a conversa interativa de todas as obras entre si, como se reafirmassem que o olhar do homem do século XXI é ao mesmo tempo único e coletivo, exclusivo e multidisciplinar.


     De fato, a mostra resulta muito interessante. Organizar uma coletiva de temática mais complexa e atingir um todo harmônico não é pouco, e é o que foi obtido, com êxito. São 12 fotógrafos, cada qual com seu próprio lado inovador. Falamos ou mostramos um pouco sobre alguns deles.


 Daniel Candian



     Letícia Vitral, por exemplo, na série com que participa, apresenta uma interessantíssima abordagem com que vem olhando a cidade, intitulada "giallo" (amarelo), um estilo cinematográfico italiano, baseado em contos de crime e mistério: " ..... a realidade aqui apresentada é baseada em distorções e ambigüidades onde a relação da memória com a imagem não surge como algo doce e idílico, mas apela para as sombras, para a paranóia e para a incerteza que o passado guarda. .....". Os trabalhos de Letícia que integram a mostra podem ser vistos em uma exposição virtual do JF em Foco (FOTO11 no JF em Foco). 

     Marcelo Viridiano desenvolveu o trabalho Lomosaico”, uma coletânea de imagens capturadas com um telefone celular, que destacamos em outra matéria. 

     Ricardo Cristofaro usa elementos arquitetônicos fotografados para construir imagens de sólidos simétricos. Em uma das mesas-redondas surgiu a recorrente discussão sobre certos trabalhos serem ainda fotografia ou já se inserirem em outra forma de arte. Não importa o partido que se tome. A experiência dos sólidos é atraente se você é fotógrafo, se é artista gráfico, se é arquiteto, ou mesmo nada disso. Agora, se você for professor de Geometria Espacial, aí a coisa é atraentíssima!

     João Lopes faz fantástico resgate de fotos feitas por seu avô nos anos 50 e montadas em cartões para visão com efeito de 3D com uso de esteroscópio.

     Rafael Ski  inova radicalmente, mas, como para contrariar um conceito do curador, inova tecnologicamente. Seu trabalho é interativo, permitindo ao público interagir com a obra por meio de tecnologia. Veja mais em outra matéria.

     Enfim, o que não falta é inovação!
       






      Valéria Faria






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  • Fotógrafos:  Daniel Candian, Gleice Lisbôa, João Lopes, Letícia Vitral, Maíra Vieira, Marcelo Viridiano, Mario Angelo, Rafael Ski, Ricardo Cristofaro, Tainá Novellino e Valéria Faria
  • Curadoria: Afonso Rodrigues

No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052



terça-feira, 23 de agosto de 2011

FOTO11: Visitando as exposições

fotos Humberto Nicoline

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Público junto a foto de Itamar Franco fotografando, na exposição "Pessoas




     Em cobertura fotográfica de Humberto Nicoline, algumas boas imagens das exposições do FOTO11. Aperitivo para quererem ir ver de perto, na Mascarenhas, e em outros locais!





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Parcial da "Paisagem Submersa"
















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Parte da exposição "Tributo a Jorge Couri", a maior exposição dentre as onze, com 67 imagens. 
Em primeiro plano, à direita, "A melhor foto", uma clássica em JF e a preferida do autor.





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Visitantes se deliciando com as ótimas imagens históricas de Jorge Couri.





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Na "Paisagem Submersa", o editor do blog em um papo com os fotógrafos
Johnny Pio, Oberdan Leite e Bruno Moraes. 
Enquanto isso, outro visitante conversa com o escafandrista do Vale do Jequitinhonha.




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FOTO11: Lomosaico




     Vamos destacar, ao longo da cobertura do FOTO11 pelo JF em Foco, alguns trabalhos que nos atrairam de modo especial. Começamos com o "Lomosaico", de Marcelo Viridiano, que integra a exposição "Inovar é preciso".

     Vamos ao bom texto de apresentação do próprio Marcelo:

     A qualidade de uma fotografia não tem a ver com a quantidade de megapixels do sensor ou a luminosidade das lentes de uma câmera, mas com o efeito — as vezes emocionante, as vezes engraçado ou simplesmente absurdo — que determinada imagem pode ter sobre nós.
     Para produzir fotos criem esse tipo de efeito, a melhor câmera é aquela que está nas mãos do fotógrafo no momento em que uma história se revela.
     “Lomosaico” é uma coletânea de imagens cotidianas — fragmentos mnemônicos de histórias vividas pelo autor. Capturadas com a câmera de um telefone celular e organizadas na forma de um mosaico, convidam o espectador a lhes atribuir significado e imaginar possíveis fios narrativos que as conectem.
     O tratamento das imagens — feito no próprio aparelho com o uso do aplicativo Instagram — faz referência à estética do filme e das câmeras LOMO, que têm como característica a produção de fotos com vinhetas, vazamentos, grãos lo-fi, borrões e um interessante equilíbrio entre contraste e saturação.

     De fato, o convite é tão forte que é inevitável gastar um tempo diante do "Lomosaico" analisando cada foto da fantástica salada dos mais variados temas, como aves, cachorros, janelas, portas, aviões, natureza, marinha, Museu Mariano Procópio, etc., e dando asas à imaginação. Bom trabalho técnico, criativo, com fotos que têm interesse individualmente, assim como a construção do mosaico em si .


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No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052



domingo, 21 de agosto de 2011

FOTO11: Paisagem submersa

João Castilho

      Apresentamos agora uma das mais marcantes exposições do FOTO11, "Paisagem Submersa". Não apenas pela real qualidade da imagens - que, de resto, permeia toda as mostras do evento -, mas também pelo que se foi sabendo depois sobre o projeto. Isto ocorre sempre com qualquer obra: primeiro uma percepção sensorial e instintiva, depois, com informação, uma compreensão mais racional e mesmo emocional. Mas deixemos detalhes para uma outra matéria sobre a mostra. Assim, os leitores aqui poderão ficar com sua primeira impressão, repetindo o processo de aproximação.

Pedro Motta
     “Paisagem submersa” é o resultado de um longo trabalho de seis anos dos fotógrafos Pedro David, de Santos Dumont, João Castilho e Pedro Motta, de Belo Horizonte, com a população do Vale do Jequitinhonha, durante a construção de uma represa de hidrelétrica.


     O trabalho consistiu em visitar as comunidades afetadas, conhecer sua realidade pelo convívio e documentar o processo de dúvida, aceitação, demolição das casas, até a transferência dos moradores para outro lugar. Rendeu também um livro com mesmo título.

     Um processo longo, que exigiu mais de 40 viagens e que resultou em imagens com a força do drama registrado.

     Nina Mello, a curadora da exposição, que conhecia o projeto e, durante as discussões iniciais do FOTO11, sugeriu sua inclusão, tem visto nesse trabalho uma possível direção para o futuro do fotojornalismo. E, a seguir, nos apresenta o trabalho, em trechos do catálogo do FOTO11.




 Pedro Motta
Na preservação de sentimentos extremamente frágeis, as imagens constroem tramas que conjugam perdas, mudanças, recomeço, lágrimas e susto, frutos da desconstrução de comunidades do Vale do Jequitinhonha, no norte do estado, inundadas para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Irapé. O norte de Minas é percebido em sua essência por esses olhares, que tão bem souberam render-se a uma linguagem emocional.

   
     Temos, então, uma rara oportunidade de contemplar nosso imaginário coletivo, através de cenas que resgatam um estado marcado pelo seu chão de terra batida e pelos seus trabalhadores de mãos calejadas. Soma-se, agora, Juiz de Fora, na vasta trajetória dessa mostra, que já percorreu grandes capitais brasileiras e cidades no exterior. Sendo assim, a cidade tem o prazer de conhecer um pouco das novas sementes: a fotografia contemporânea e a contemporaneidade desses fotógrafos.


Pedro David










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  • Fotógrafos: João Castilho, Pedro David e Pedro Motta 
  • Curadoria: Nina Mello
No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052


sábado, 20 de agosto de 2011

Fotos do FOTO11 no JF em Foco

Bruno Moraes
    Dentre tantos eventos fotográficos acontecendo no FOTO11, um pequeno detalhe que passaria desapercebido mas que, por ser significativo para o JF em Foco, vai relatado aqui no blog.

     Em cerca de dois meses completaremos dois anos do blog, e o grupo JF em Foco no flickr quase quatro anos e meio. Ao longo desse tempo tivemos oportunidade de cobrir muitas exposições, bem como de oferecer um espaço para que novos fotógrafos publicassem seu trabalho. Pois não é que vários deles agora foram incluídos em exposições do FOTO11

     Muito legal! Alguns já experientes, outros talvez quase começando por ali... Muito bom que possamos ter dado algum apoio. Assim, para prestigiar estes fotógrafos, organizamos uma exposição virtual no flickr, com as fotos que, já tendo aparecido no JF em Foco no flickr ou no blog, foram selecionadas para exposições no FOTO11!

     São, do flickr, cinco fotos de Letícia Vitral, uma de Douglas Montes e uma de Teca Miranda.

     Ainda, uma de Bruno Moraes, apareceu no blog. Mas não está no flickr, por isso não podendo ser apresentada lá na exposição virtual. Então, entra aqui de novo, com o link para a matéria onde apareceu primeiro: Complexo Cotidiano.

     Parabéns a todos!



E os bondes circulavam por uma antiga JF



     Outra ótima exposição do FOTO 11  é a "Os Bondes em Juiz de Fora -  Imagens Eternas", de Aelson Amaral, que apresenta reproduções de fotos antigas de bondes da cidade e variantes sobre o tema, como trilhos. As imagens foram coletadas ao longo do tempo por Aelson, que recentemente publicou um livro com o mesmo título. Só o livro já é uma obra e tanto, agora complementada pela exposição! E ainda vai merecer matéria aqui no blog!

Aelson Amaral







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Duas vistas da exposição, no
Espaço Alternativo 3 do CCBM






 Aelson Amaral














      O trabalho de Aelson é importantíssimo não apenas pela pesquisa e reunião das imagens, mas pelo esforço para sua preservação. Portanto, temos aí um trabalho que se destaca também no campo da memória da cidade. Visitar a exposição é voltar a - ou conhecer - uma época de uma cidade menor, de movimentos menos rápidos, de uma arquitetura peculiar, enfim, uma cidade que já não somos mais, mas que é a de onde viemos.

     Os bondes foram importantes por décadas como meio de transporte coletivo. Foram-se, mais por falta de visão em um tempo em que o automóvel era tido como o futuro. Mas ficaram na memória e voltam um pouco agora, nesta exposição, que é música para os olhos de qualquer um que tivesse pelo menos dez anos em 1969 e que "andou de bonde" naquela JF! Visite, a exposição, "Faz favor!"



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Maravilhosa tomada do bonde "Mariano Procópio"
ao longo das tradicionais palmeiras do Museu e vizinhanças.
Provavelmente início dos anos 60.






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A Avenida Rio Branco clássica, circa década de 20. Destaque para
a Catedral sem a cúpula, para os canteiros e os jalões na Avenida
- e esta, só com casarões... Belíssima JF!
E o detalhe de interesse histórico-fotográfico: pela marca,
vê-se ser uma fotografia do conhecido Brescia.
 







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O bonde (com fechamento lateral) que transportava alunos de escolas públicas.
E a Avenida novamente, com o bonde "Bonfim" passando em frente ao Edifício Ciampi.
O Clube Juiz de Fora ainda antes do incêndio
situa a foto no fim dos anos 40 ou início dos 50.


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  • Pesquisa e reproduções fotográficas: Aelson Amaral
  • Curadoria: Daniel Rodrigues
  • Fotos em preto e branco: 24

No Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 11 de agosto a 11 de setembro
Terça a sexta-feira, de 9h às 21h. Sábados e domingos, de 10h às 16h
Av. Getúlio Vargas, 200 (Centro)
3690-7051 / 3690-7052



terça-feira, 16 de agosto de 2011

FOTO11: registros e tributos

Humberto Nicoline
Jorge Couri em julho / 2011

     Em texto particularmente feliz - que transcrevemos a seguir -, em que apresenta a exposição "Tributo a Jorge Couri", Toninho Dutra, Superintendente da Funalfa e coordenador do Projeto FOTO11, fala de seu trabalho de organização da exposição, dizendo também de sua aproximação com o fotógrafo e de outras percepções sobre a fotografia em JF. O que fala, por outras linhas, da própria experiência de organizar uma mostra e do FOTO 11.

     Veja a cobertura da exposição: FOTO11 abre com "Tributo a Jorge Couri'


Um tributo a Jorge Couri, uma homenagem a Juiz de Fora
Por sugestão dos historiadores Elione Silva Guimarães e Antônio Henrique Lacerda, do Arquivo Histórico de Juiz de Fora, tomei contato com o acervo de fotos dos Diários Mercantil e da Tarde e, em especial, com as fotos do senhor Jorge Couri. Minhas referências sobre o fotógrafo eram limitadas. Mas eles me abriram caixas e caixas de negativos e de fotos reveladas e me apresentaram um conjunto de imagem que me embaralhou a vista. Para onde olhar? E com qual olhar? Aquilo era um caleidoscópio em preto e branco, girando sobre Juiz de Fora e se misturando com as imagens de minhas próprias memórias.
As imagens encheram-me de encanto e admiração. Em sua maioria, são narrativas sintetizadas nos instantes mágicos da abertura ao fechamento do diafragma de uma máquina fotográfica hoje já em desuso.
Por que Jorge?
Porque parte da história dessa cidade passou pelo filtro do olhar de Jorge Couri.
Porque suas fotos são geniais.
Porque trabalhou durante mais de 40 anos como repórter fotográfico dos Diários Associados.
Porque ajudou a registrar os desenhos arquitetônicos e políticos desta cidade.
Porque fotografou muito, e bem.
Porque ensinou o que sabia.
Porque formou e influenciou muitos dos fotógrafos que ainda hoje estão na ativa.
E por inúmeras outras razões que agora me fogem para aqui serem desfiladas.
Mas conheci Jorge. Conheci o senhor Jorge Couri e, mais uma vez, me encantei e me emocionei com suas histórias. Antes narradas pelas suas eficientes fotos; agora embaladas por sua voz de sabedoria, construída com trabalho e temperada pelo tempo. Dona Marilda, sua esposa, companheira de longa data, também ajudou a lembrar. Das imagens que projetei, retiraram lembranças e histórias com riqueza de detalhes. Conversas prazerosas.
A partir de nossos encontros, escolhi as imagens que apresento no projeto FOTO11, em catálogo e exposição.
Meu olhar recaiu sobre os cotidianos da cidade. Cidade múltipla e desconhecida para muitos. Aquelas cidades, variações de uma só, não existem mais, porém, estão prontas para se mostrarem nas fotos de nosso homenageado. Juiz de Fora única e plural.
E da grande e importante obra de Jorge Couri, pincei, com cuidado cirúrgico, as imagens que apresento. Transformando esse conjunto mínimo de um grande universo de imagens em um tributo a um homem que emprestou seu olhar privilegiado e suas mãos hábeis para fotografar, de todas as formas e de todos os ângulos, Juiz de Fora e sua gente (e toda ela). 

Antônio Dutra
Superintendente da Funalfa